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Circus dissemina sua mensagem politizada e descreve as relações da sociedade no novo disco, “Transmissão”

Álbum recebe participações de membros do Dead Fish, Bullet Bane, Cefa, Bayside Kings, NDR e do rapper Marcão Baixada

Um grito de liberdade, igualdade e respeito às diferenças move “Transmissão”, urgente e impactante novo álbum da banda carioca Circus. Ao longo de suas oito faixas, o trabalho mescla a potência dos riffs do quinteto com uma lírica pungente e necessária no Brasil de 2020. O grupo recebe os convidados Arthur Mutanen (Bullet Bane), Caio Weber (Cefa), Milton Aguiar (Bayside Kings), Renato Rasta (NDR), o rapper Marcão Baixada e Rodrigo Lima (Dead Fish). O disco foi produzido por Jorge Guerreiro (Dead Fish, Matanza, Pitty, Titãs, Rancore) e Bráulio Drumond, em uma grande celebração de diferentes gerações do cenário nacional.

Ouça “Transmissão”: https://smarturl.it/TransmissaoAlbum

Confira o faixa-a-faixa abaixo

Nome em ascensão na cena musical carioca, a banda Circus procura transmitir e espalhar mensagens carregadas de críticas sociais, busca de autoconhecimento e emoções de forma sincera em suas canções. Após 6 anos de trajetória, que inclui o disco de estreia “Em Meio à Destruição”, o grupo formado por Bernardo Tavares (vocal), Alex Heink (guitarra), Eduardo Lopez (guitarra), Thales Ramos (baixo) e Hugo Rezende (bateria) mira voos mais altos.

A Circus reflete a tensão política e social do país atualmente em uma nova leva de canções, antecipadas pelos singles “O Plano”, com participação de Rodrigo Lima; “Renascer”, que ganhou um clipe; “Abstrações” e “Novo Mundo”, que tiveram lyric videos. Em comum, as faixas entregam uma lírica afiada que reflete sem meias palavras sobre o caos, porém sem perder de vista a esperança de uma existência mais justa para todos. 

Essa é a mensagem que a Circus vem buscando transmitir em seus 6 anos de estrada. As oito novas canções interligam os assuntos mais relevantes para o grupo, relacionando a comunicação em sociedade e o cenário político – ambos interferem diretamente na criação da personalidade de um indivíduo.

Veja o clipe “O Plano”: https://youtu.be/JLOdTF95wjc

Veja o clipe “Renascer”: https://youtu.be/3tKd73wkPDw

Veja o lyric video “Abstrações”: https://youtu.be/ujtteA1tdbM

Veja o lyric video “Novo Mundo”: https://youtu.be/39DpcRMA848

“Além de acreditar e espalhar um ideal que prega igualdade e liberdade, combatemos todo discurso de ódio e um sistema econômico que cada vez mais vai explorando e precarizando. Os males do sistema não são apenas consequências, são planos e estratégias, é uma luta de classe, onde um grupo paga e sofre pelo privilégio do outro. A desigualdade social e os problemas pessoais psicológicos estão diretamente relacionados ao sistema econômico, a propaganda consumista, a cultura nas redes sociais e sobre como todos esses elementos são disparados e estimulados. Acabamos absorvendo tudo sem perceber, é uma guerra de informações que moldam comportamento, ética, moral e costumes, construindo um ‘eu’ insustentável para o nosso corpo, mente e planeta”, reflete Bernardo Tavares.

Embora tenha um paralelo possível com as incertezas trazidas pela nova realidade de isolamento social, “Transmissão” começou a ser produzido há mais de 1 ano, entre criação das músicas, pré-produção, gravação, inclusão das participações, edição, mixagem e masterização. O álbum foi viabilizado por uma espécie de “financiamento coletivo informal”. Os músicos organizaram um circuito de shows, quatro eventos seguidos de produção independente, 100% voltados para a arrecadação do CD, cuja verba foi atingida com sucesso.

“Transmissão” foi gravado no HR Estúdio no Rio de Janeiro e masterizado no EME Estúdio. O álbum já está disponível nos serviços de streaming.

Ouça “Transmissão”: https://smarturl.it/TransmissaoAlbum

Crédito: Daniel Marques

Ficha técnica: 

Engenharia de Som, Produção e Mix por Jorge Guerreiro

Co-Produção de Braulio Drumond 

Gravado no HR Estúdio no Rio de Janeiro

Masterização no EME Estúdio 

Apoio nos arranjos em Renascer, 1317 e Abstrações: Paulo Victor Moreira

Ilustração: Luiza Helena

Design e Finalização: Gustavo Tavares

Agradecimentos: Flavio P, Sergio S, Guilherme B e todas as bandas, publico e amigos que nos ajudaram a ter o dinheiro necessário para este trabalho.

A Circus é: Bernardo Tavares – Vocal; Alex Heink – Guitarra; Eduardo Lopez – Guitarra; Thales Ramos – Baixo; Hugo Rezende – Bateria

Participações: Arthur Mutanen (Bullet Bane), Caio Weber (Cefa), Milton Aguiar (Bayside Kings), Renato Rasta (NDR), Marcão Baixada e Rodrigo Lima (Dead Fish). 

Faixa-a-faixa, por Bernardo Tavares:

1 – M.A.P.E: Essas siglas são uma abreviação para: Matéria, Ambiente, Percepção e Estímulo. Pra gente são quatro peças chaves para entender os conceitos e ideias que são desenvolvidos durante o álbum, é uma faixa auto-explicativa e também contextualiza o ouvinte com todo disco, seja pelas ideias e seja pelos elementos musicais presentes. 

2 – O PLANO: É sobre todo o projeto de sucateamento com serviços essenciais da sociedade, precarizando cada vez mais para então privatizar e lucrar com a miséria. A elite dificulta o acesso à informação e conhecimento, ela repulsa a presença dos mais pobres nos mesmos ambientes, para eles, os de origem mais humilde só servem para vender sua força de trabalho pelo menor valor possível. A miséria e a pobreza sempre foram um plano arquitetado para poucos se manterem com muito privilégio. Não ao retrocesso e se organize para lutar contra isso, a sociedade não pode ser impopular.

3 – 1317: 1317 é basicamente uma descrição do nosso cenário político desde o golpe até a eleição que foi ganha a base de fake news. É sobre as estratégias usadas, as tentativas de deslegitimar as minorias, cultura e nossa história.  Os erros do progressismo ajudaram a construir um monstro que vai deixar uma herança em nossa sociedade por muito tempo, não trocamos a estrutura e paradigma quando se teve a chance, apostamos em salvadores e perdemos, temos que realizar uma autocrítica, aprender com nossa história. 

4 – RENASCER: Renascer fala sobre todas as mudanças da nossa personalidade, sobre todas as máscaras que a gente tem e vai trocando de acordo com as situações e ambientes, sempre se adaptando. Mudamos a todo instante, literalmente. Algumas relações nos fazem aceitar coisas ruins, outras trazem coisas boas, algumas coisas positivas a curto prazo e outras negativas a longo prazo, e vice e versa. A pluralidade do ‘’eu’’ é uma constante metamorfose, mas em meio às diferenças em um grupo, o contraste pode fortalecer. Os motivos dos problemas também podem ser as soluções, contato que ninguém se machuque ou se diminua, tudo é aprendizado. Alguns embates são necessários para se fazer entender e entender o outro, é importante não guardar para si todos os problemas, botar pra fora mesmo, tudo faz parte do processo de desconstrução do ego, mas valorizando seu esforço e energia. 

5 – PERMITA SENTIR: Uma tentativa de tranquilizar toda ansiedade e também tirar a raiva e estresse que se acumulam dentro de você. Nos prendemos a compromissos, objetivos, imposições e toda uma pressão que se constrói. Às vezes apenas não dá, quase sempre é impossível, é mentira, é uma fachada que construímos, reprimindo nossas vontades, sentimentos e até mesmo nossa felicidade. Quando encontrar esse ponto bom tente sempre compartilhar, ser positivo para estabilizar isso, passe a tranquilidade pro outro, multiplique as coisas boas pra manter as coisas boas.

6 – NOVO MUNDO: Atualmente a gente consegue estar em contato com tanta gente mas ao mesmo tempo muita coisa ficou tão rasa, tão rápida, tão dinâmica. Parece que a gente tá sempre numa corrida, por uma recompensa que se mostra tão brilhante mas normalmente nem existe. Em meio a toda rede digital que já é realidade da nossa geração, a gente não sabe mais o que é importante, nossa vida real ou nossa vida digital. Parece que as vezes construímos objetivos supérfluos baseados numa comparação completamente sem noção, tem que ter cabeça pra aguentar o novo mundo.

7 – NORTE DA LINHA: É sobre a vida no subúrbio e zona norte do Rio de Janeiro.  A segregação tão forte e bizarra que você consegue perceber a mudança de um clima atravessando uma simples rua. A cidade parece um limbo, você fica tão perto da violência e miséria mas que está do lado da riqueza, luxo e superficialidade também.  A cidade e sua geografia urbana estimulam a um comportamento diferente em cada região que você vai. Somos tomados pelo comércio da guerra, pela supervalorização de terrenos e desigualdade social, a salvação divina é paga a cada esquina e ainda te vendem uma segurança sobre uma violência que eles mesmos produzem. Em meio a tudo isso a gente só quer pagar um boleto e conseguir um emprego, estudar e depois descansar, conseguir ver amigos e pessoas queridas que te fortalecem em todos os sentidos.  Para conseguir o básico você precisa ser forte, pra continuar com a ideia de mudar o mundo tem que estar sempre em coletivo.

8 – ABSTRAÇÕES: Somos seres construídos e desconstruídos por conceitos e ideais abstratos que nós mesmos criamos. As definições perfeitas estimulam e dão molde sobre uma realidade orgânica não tão definida assim. É necessário entender que as estruturas e paradigmas são construídos e estimulados, assim como nossa personalidade e comportamento, e ambos são mutáveis e passíveis de mudança. Entendendo esse processo podemos tomar consciência de que grupos e elites utilizam esse tipo conhecimento em benefício próprio, para construir uma cultura e realidade de privilégios às custas de miséria, de luxo às custas de injustiça. Isso serve para entender também a construção do próprio indivíduo, as cobranças que talvez não façam sentido, a imagem a zelar que é mera superficialidade, a concorrência e consumo exagerado. Entender para melhorar, se informar para construir, nós construímos a realidade.

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