Explorando sonoridades que vão da nova MPB ao alternativo, passando por influências do soul ao afrobeat, Verossímio é a nova faceta artística do cantor, compositor e instrumentista carioca Cadu Marconi. No projeto, que lança seu homônimo EP de estreia, ele faz questionamentos irônicos e poéticos da vida contemporânea. O trabalho está disponível em todas as plataformas de música digital.
Ouça “Verossímio”: https://smarturl.it/VerossimioEP
Confira faixa-a-faixa abaixo
“Esse lançamento representa uma guinada rumo a um lirismo mais pessoal, como o nome do projeto insinua. E com isso poder experimentar histórias e jeitos de contar ou cantar, com foco menos no formato banda, solos e efeitos, e mais na canção”, explica o artista.
Marconi se destacou com a banda O Padre dos Balões, com a qual lançou “EP 1” (2012), “EP 2” (2014) e participou em Tinindo Trincando, um tributo aos Novos Baianos, regravando “Tangolete”. O projeto o levou a se apresentar pelo Brasil e ganhou notoriedade da crítica.
Após o fim da banda em 2016, Cadu Marconi começou a trabalhar em canções para um projeto solo. Nos anos que se seguiram, ele foi modificando, regravando e amadurecendo como artista, deixando de lado o baixo e assumindo o violão, trazendo novas sonoridades e colaborações. Essa foi a gênese de Verossímio, identidade que assumiu e que foi revelada com o single “O Molotov”, faixa com participação de Luciane Dom. Além dela, o álbum conta com a romântica “Nense e Mengo”, uma ode ao Rio inspirada pelo samba em “Coisa Singular” e brinca com desencontros amorosos em “Cinco da Manhã”.
O EP traz uma banda base de Luiz de Urjaiss (bateria e percussões), Braulio Almeida (teclados) e participação especial também de Thiago Garcia (trompete). A produção musical é de Cadu com João Gambier, que assina a mixagem e masterização. “Verossímio” está disponível em todos os serviços de streaming de música.
Ouça “Verossímio”: https://smarturl.it/VerossimioEP
Crédito: Moisés Reyes
Ficha Técnica:
Violão, viola, baixo, voz: Cadu Marconi
Voz em “O Molotov” e “Coisa Singular”: Luciane Dom
Bateria e percussões: Luiz de Urjaiss
Trompete em “O Molotov” e “Cinco da Manhã”: Thiago Garcia
Teclados: Bráulio Almeida
Produção Musical: Cadu Marconi e João Gambier
Mixagem e masterização: João Gambier (Estúdio Sonora)
Faixa-a-faixa, por Cadu Marconi:
O Molotov: “O Molotov” começou a ser escrita em 2013, no meio das manifestações. Deixei ela parada e retomei no ano passado, percebendo só agora que ela é uma visão pessoal de como seria hoje caso 2013 tivesse “dado certo”, se tivesse criado, ao contrário da onda conservadora, uma onda boa, como diz o refrão. Nas gravações pro segundo EP do Padre, chamamos a Luciane Dom pra fazer participação no final da música “A Paz Mundial”. Basicamente, ela veio pra cantar um lalaiá propositalmente desafinado, tosco, no final da música. Foi divertidíssimo. Eu ainda não conhecia ela, mas quando passei a conhecer e escutar suas músicas, fiquei com uma sensação de ter perdido um pouco a possibilidade de contar com uma artista incrível cantando de fato na música. Corrigi isso agora.
Nense e Mengo: É uma música de amor, de transformações e ruptura de um amor, das sutilezas do cotidiano de uma relação. Toquei ela ininterruptamente por um tempo e não conseguia tocá-la até o fim sem chorar. Nem percebia, mas quando ia tocar, já tava lá chorando. Era inicialmente uma canção desesperada. Anos de análise depois e o que ficou gravado é uma versão melancólica, mas sem desespero.
Coisa Singular: É um quase-samba que fala sobre a experiência das vidas que circulam no centro de uma cidade – no caso, do Rio de Janeiro – e ali tentam sobreviver entre pequenos truques e trejeitos que aprendemos para sobreviver em uma metrópole. A referência às ruas do Rio começa na Rua do Ouvidor, onde eu tocava, lá pra 2010, com um grupo de samba no bar Toca do Baiacú. Houve um furto de carteira, alguém reclamou, quase ninguém ouviu, e o mote pra música tava dado. Tem um quê de João do Rio e um pouco de Oliver Twist nesse olhar menos policialesco para os pequenos trambiques, para quem ganha o pão nos esquemas.
Cinco da Manhã: Uma canção de amor, mas daquele amor que quase não rolou, um amor maratonesco, em que um procura, não encontra; marca e a outra parte não aparece, tenta no fim de semana seguinte e vai dormir sozinho de novo. O Douglas Luddens, artista visual que inclusive fez a capa do disco, volta e meia fala do “áudio pão quentinho”: aquele áudio que o amigo manda chegando da noite, de manhã cedo, sol nascendo, pra contar a epopeia da noite anterior onde mais uma vez tudo aconteceu e nada se concretizou. Pro EP não ter final triste, o beijo se concretiza no refrão.
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