O projeto VEDOVÍ continua a trazer seus questionamentos sociais através do rock e hip hop no single “Dia de Dentista”. A música fala da exploração do trabalhador, das leis que protegem o proletariado e como estruturas de preconceito afetam essa questão. A faixa tem participação de maug, já está disponível nos serviços de streaming e antecipa o primeiro álbum de VEDOVÍ.
O projeto é fruto da compreensão de VEDOVÍ de seus privilégios enquanto homem branco. Ao reconhecer seu lugar de fala e buscar aprendizado com seus convidados, o artista fez com que questionamentos guiassem toda a composição do disco de estreia. Eles já estavam presentes nos primeiros singles “Mamãe me explicou” e “Maiores Rivais”.
“‘No início eu pensei que ‘Dia de Dentista’ era apenas uma crítica ao trabalho. Quando achei que estava pronta, mostrei ao maug e chamei pra fazer comigo, porém quando ele foi colocar a letra, falou sobre racismo. A princípio, em uma espécie de inocência da minha parte, tive a impressão de que estávamos falando de coisas distintas, como se ele mudasse o assunto no meio da música. Mas depois de muita reflexão e conversa, percebemos uma coisa muito interessante. Não é que estávamos falando de assuntos distintos, na verdade estávamos falando sobre a mesma coisa, mas de ângulos extremamente diferentes. E isso foi muito enriquecedor, não só para a música, mas para meu próprio crescimento pessoal”, conta VEDOVÍ.
O projeto surgiu de uma combinação de estudos do cenário rap e hip hop e da genealogia de questões sociais. Após alguns protótipos de como seriam as músicas, o artista se uniu aos produtores Davi Vale (baixo) e João Gabriel (compositor, cantor e guitarrista) para gravar um disco.
Esse nascimento coincidiu com o período de isolamento social causado pela pandemia de coronavírus, e com isso toda a criação de VEDOVÍ teve de ser feita à distância. Este se tornou o principal desafio, mas não um impedimento para sua concepção.
“A quarentena nos obrigou a realizar todas as etapas sem nos encontrarmos pessoalmente nenhuma vez. Como se não bastasse, tivemos a ideia de fazer uma participação especial em cada música como uma espécie de escárnio à pandemia. A ideia era vencer essa distância e criar novas alianças artísticas, apesar dos pesares”, adianta VEDOVÍ.
Embora esta não seja sua estreia solo – ele lançou dois álbuns sob o nome de Lucas Rangel: “Penoso” (2017) e “Músicas Infantis Seríssimas” (2018) -, VEDOVÍ surge com o frescor de um olhar renovado, repaginando as influências roqueiras de sua banda 335 sob o prisma do rap com o tempero regionalista de Elomar, Xangai, Vital Faria e outros.
“O novo nome vem marcando essa virada de chave tão escancarada do projeto, me tirando de uma zona de conforto e me lançando em um lugar que nunca tinha habitado antes”, finaliza.
O resultado desse processo criativo poderá ser ouvido no primeiro álbum de VEDOVÍ, que será lançado ainda em novembro. Enquanto isso, os singles estão disponíveis nas principais plataformas de streaming.
Assista ao vídeo:
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