Após turnês pelo exterior e momentos de altos e baixos pessoais, o grupo carioca Oruã faz de seu terceiro álbum “Íngreme” um relato da sua escalada e da queda livre em que o Brasil se encontra, servindo também como um manifesto pela resistência. Este é um lançamento Transfusão Noise Records já disponível para streaming.
Ouça “Íngreme”: https://transfusao.com/orua-ingreme/
Gravado em diversos lugares do mundo e expandindo mais uma vez a sua própria leitura do que é a efervescente música experimental brasileira, Oruã foge dos rótulos. Rock, acid jazz, psicodelia e indie se encontram longe da curva e na direção do desconhecido. Depois dos álbuns “Sem Bênção / Sem Crença” (2017) e “Romã” (2019), o terceiro trabalho chega para anunciar novos tempos.
“‘Este é um Oruã ‘Íngreme’, gingado como nunca, crescente e incerto. ‘Íngreme’ possui 13 faixas, foi gravado em vários lugares do mundo e finalizado em Búzios, nas Emerências, perante um país partido e regido por uma ignorância descomunal. O registro é uma posição de sobrevivência, a mais íngreme até então”, resume Lê Almeida. O músico também integrou a formação do Built to Spill, para quem Oruã abriu shows na gringa. Além de Lê, o grupo é formado por Bigú, Karin, Duarte e JC – este último também fez parte do Built to Spill.
Assista a Oruã na rádio KEXP, em Seattle: https://youtu.be/gbly0UdcRf4
O terceiro disco de Oruã coroa uma trajetória iniciada em 2016, após sessões de improviso no Escritório, sede da Transfusão Noise Records, no centro do Rio de Janeiro. Naquela época um trio que somou mais de dez colaboradores, Oruã viu nascer seu primeiro álbum no ano seguinte, com lançamento nos Estados Unidos pela IFB Records.
Ao longo de 2018, a banda circulou por todas as regiões do Brasil e chegou ao Uruguai. Entre os percursos, gravou o segundo disco. Também lançaram parcerias com Laura Lavieri (em um cover de “Vou Recomeçar”, consagrado na voz de Gal Costa), goldenloki e marianaa. O EP “Tudo Posso” incorporou saxofones e levou a banda pelo free jazz garageiro. Por fim, veio o elogiado “Romã”, que expandiu a conexão com o noise e o lo-fi e possibilitou a mais recente turnê internacional de Oruã.
“Começamos a gravar esse disco em 2019, ano em que minha vida deu uma sacudida gigante. Estava em uma enorme turnê tocando bateria com o Built to Spill, banda que passei uma boa parte da minha vida ouvindo muito e em nenhum tipo de sonho eu me imaginaria fazendo parte. No meio da tour com o BTS eu fui juntando uma série de gravações, coisas que foram nos dando caminhos. Dessas faixas fomos arrumando a nova formação. As letras em sua boa parte versam, refletem e propõem o pensar sobre algumas diferenças sociais e raciais. Algumas com visão de perspectivas diferentes e um mundo melhor e outras mais brabas quase maldições ou preces, no geral é pro moral levantar”, reflete Lê.
Gravado e mixado por Lê Almeida e masterizado por Daniel Duarte, “Íngreme” está disponível nas principais plataformas de música, via Transfusão Noise Records.
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