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Omi Okun celebra ancestralidade sacra afro-brasileira no EP de estreia

O santo e o profano se encontram no som de Omi Okun, trio carioca fortemente influenciado pelos sons afro-religiosos e que une a percussividade dos terreiros com um olhar popular sobre a música brasileira moderna. Após gestar suas canções ao longo dos últimos dois anos, o projeto ganha forma com seu primeiro álbum, homônimo, já disponível nas plataformas de streaming de música.

Uma cozinha roqueira guia os três percussionistas convidados. Virgilio dos Santos (vocal e violões), Dudu Bierrenbach (baixo) e Bruno Rabello (bateria) recebem Alexandre Munrah, Andre Alade e Jahi Oliveira ao longo de seis faixas. Virgílio e Bruno são amigos de longa data, mas Omi Okun surgiu quando o vocalista e violonista mostrou algumas canções que havia composto ao baterista. A ideia de compartilhá-las com outros intérpretes acabou dando lugar a um novo projeto em outubro de 2018. No início do ano seguinte, o trio ganhou sua última parte: o baixo de Dudu, com quem Bruno havia tocado na banda Tamuya Thrash Tribe.

Na preparação final das gravações, eles conheceram os três percussionistas que vieram para completar a proposta, cuja força motriz é a pesquisa musical em torno da sonoridade sacra afro-brasileira, suas influências e vertentes na música popular tradicional e na música contemporânea de massa. São canções feitas para ouvir durante a travessia, seguindo a mudança das marés.

Além dos três singles já revelados – “Onã”, “Azulzin” e “Oxê -, o trabalho inclui as inéditas “Solo sagrado”, “Omi” e “Cantoria”. Unindo diferentes gerações, Omi Okun repagina influências que vão de Tincoãs, Maruricio Tizumba, Nei Lopes, Candeia, Mestre Darcy do Jongo a O Rappa.

“As canções falam de como o nosso cotidiano está impregnado pela herança cultural-religiosa afro-indígena e como há encantamento, poética e magia em todo nosso cotidiano. Temos a consciência da importância fundamental falar desse tema em tempos tão turbulentos como nosso, em que o racismo e a intolerância religiosa atuam deliberadamente para macular, desonrar e demonizar esses saberes ancestrais. Esse é nosso início. É o ‘Big Bang’ do nosso multiverso. Com a pandemia, fomos forçados a parar e refletir sobre outros aspectos da nossa arte; nos conectarmos ainda mais com a nossa proposta. O resultado foi um amadurecimento maior de todos os aspectos de nosso discurso musical”, revela o grupo, que assina coletivamente a produção musical do álbum.

Omi Okun faz de seu primeiro trabalho uma impactante declaração de resistência e uma intensa celebração dos cantos, ritos e fé que fazem do nosso um povo de muitas devoções – e uma delas é a música. “Omi Okun” já está disponível nas principais plataformas de streaming.

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