Radicado no Brasil há mais de 20 anos, o artista italiano Rohmanelli celebra seus 50 anos de vida cantando sua paixão e suas críticas para a terra que escolheu viver no disco “[Brazil’ejru]”. Pela primeira vez, ele lança um disco inteiramente em português – daí o título inspirado na representação fonética da palavra “brasileiro”.
Cantando da hipocrisia de quem persiste numa vida de ficção até a alegria fugaz do carnaval, passando por canções inspiradas por grandes nomes de nossa música, o disco mostra todas as facetas e experimentações que o artista fez em toda a sua carreira.
“Este lançamento é uma homenagem minha ao Brasil e aos 22 anos de minha vida de estrangeiro neste país que amo, a toda sua cultura, musical, literária e popular. Quero marcar essa identidade híbrida do Brasil que me interessa e amo, não o Brasil da norma culta, das elites, mas o Brasil da oralidade da rua, das comunidades, das periferias, do Nordeste onde vivi e ensinei, cantei, dancei, amei e errei muito”, conta Rohmanelli.
Usar a música como forma de questionar padrões sexuais, amorosos, políticos e religiosos faz parte do discurso forte na sua arte. Reinvenção é palavra-chave no trabalho do artista que começou sua carreira profissional na música em 2014, com a banda Vita Balera. O projeto explorava o rock alternativo com letras em italiano e chegou a lançar um EP homônimo. Antes disso, ele estudou música erudita e canto lírico. Após o fim da banda, focou no seu projeto solo de música eletrônica alternativa ao lado do produtor e músico argentino Jeronimo Gonzalez.
Foi aí que nasceu Rohmanelli, unindo estética, figurino, letra e música. Em 2016, ele lançou sua estreia com o álbum “Anomalous”, um trabalho conceitual que trafegava entre o português, inglês e italiano e que gerou sete videoclipes. Em 2018, Rohmanelli lançou “Fanatismi”, um álbum em italiano e muito mais maduro, reunindo experiências e parcerias adquiridas nos primeiros momentos da carreira. Desde então, suas composições passaram pelas mãos de DJs, produtores e músicos do Brasil, da América do Sul e da Europa.
Seus lançamentos mais recentes são um novo passo nessa sonoridade que une influências do punk, da eletrônica, do rock e do pop. É o que Rohmanelli chama de “transpop”, uma musicalidade sem barreiras de gêneros e idiomas.
“‘[Brazil’ejru]’ é uma mistura de presente e passado, eletrônica e orgânico, glam e urbano, Europa e sertão, a síntese de todas as contradições do Brasil e minhas . Na capa fiz questão de visualizar essa minha entrega total a este país, ao seu povo e à sua bandeira que deve representar todos os brasileiros e não somente um partido político e seus seguidores”, reflete o artista.
Capitaneado pelos singles “Macho Discreto”, “Toneaí”, “Do jeito que o mundo está” e “Não Me Ligue mais”, o disco tem produção de Binho Manenti, Graça, Droeee e do próprio Rohmanelli e mixagem e masterização de Rafael Pfleger.
Ouça “[Brazil’ejru]”:
https://www.youtube.com/watch?list=OLAK5uy_ketnsUYV1EFF2dEZy_U1aU3nSuschvKqM&v=42qpDLz2rpc
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