O cantor, compositor e instrumentista mineiro Arthur Melo encerra o ciclo de seu terceiro disco, “Adeus”, em clima de despedida. A faixa-título é o terceiro capítulo de uma trilogia de clipes iniciada com “2012, o ano bege” e seguida por “De Lá Pra Cá/Trafegar”. “Adeus” é mais uma parceria com os diretores Felipe Vignoli e Ieda Lagos.
Cada clipe é introduzido por um texto falado, onde a narrativa das faixas fica mais clara. Se na primeira parte da trilogia o tema foi o Caos, em “De Lá Pra Cá/Trafegar” surgiu a temática da Angústia. Por fim, “Adeus” traz a Ausência. Não por acaso, o vídeo chega no início do outono, estação que inspirou todo o conceito do álbum.
“O outono é muito presente durante o disco por ser a estação em que nasci e que mais me sinto acolhido. De alguma maneira buscava trazer para as músicas a mesma sensação que tenho quando sinto os primeiros ventos de outono que me arrepiam”, resume Arthur.
O clipe acompanha um casal que está prestes a se separar. O aspecto pessoal e emocional de todo o álbum transparece na letra e até nos arranjos, com um violão folk carregando as melodias e assombrações das vozes, guitarras e teclados.
“A ausência pode ser do próprio eu lírico, pode ser da falta do outro, ou da presença de uma relação. O clipe conta com várias referências a filmes que gostamos que tentamos refazer como uma forma de homenagem mas que ainda sim conversasse com o roteiro e a música”, explica.
Nascido e criado em Belo Horizonte, Arthur Melo atua na cena brasileira desde 2017, quando lançou pelo selo La Femme Qui Roulle seu primeiro EP, “Agosto”, e em 2018 deu continuidade com o disco “Nhanderuvuçu”, ambos produzidos por Leonardo Marques. O trabalho passeia pelo samba e bossa nova até a psicodelia e o rock e levou Melo a tocar nas principais casas de shows do país com artistas do mundo inteiro como Devendra Banhart, Alucinaciones en Familia, Juan Wauters, Sessa, Liniker e os Caramelows, Glue Trip e outros. O álbum também rendeu clipes para as faixas “Tormenta”, “Cardo” e “Desapego”.
Após uma turnê em 2019 por Portugal e Espanha para divulgar “Nhanderuvuçu”, surgiram gravações feitas nas ruas e praças por onde passou, em parceria com o amigo e companheiro de banda, Pedro Theodoro. O resultado foi o disco “Metanoia”, lançado em outubro daquele ano pelo selo paulistano Sentinela. O álbum acompanhou ainda clipes de “Tejo”, “Entre os Dias” e “Normal”.
Em 2020, Arthur lançou seu terceiro disco, “Adeus”, gravado inteiramente sozinho na Vila do Calango em Belo Horizonte. “Fiz um isolamento durante os meses de janeiro, fevereiro e março. Assim nasceu o disco ‘Adeus’, que diz muito sobre perdas, solidão, vazio, morte, fantasmas do que já se foi, angústias, traumas passados e melancolias presentes que resolvi encarar em forma de música”, completa Arthur. Em 2021, o disco ganhou uma versão em compacto vinil, lançado pelo selo inglês Wonderfulsound.
A trilogia de clipes vem para encerrar esse ciclo do álbum “Adeus” enquanto o artista prepara outras novidades.
Assista a “Adeus”:
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